Codex Gigas - A Bíblia do Diabo

Lenda em torno de manuscrito medieval conta que Lúcifer escreveu obra-prima em troca de alma de um monge. 

Uma lenda muito interessante para conhecermos, independentemente do caminho espiritual que seguimos, pois nos mostra como a bruxaria e os pactos estavam tão enraizados na mente da civilização na chamada “idade das Trevas”, espero que gostem.

O Codex Giga, ou ‘Bíblia do Diabo’, é o maior manuscrito medieval do mundo, com mais de 74 quilos e quase um metro de comprimento. Especialistas acreditam que seria necessário couro de ao menos 160 animais para a feitura das páginas do livro. Mas, não é apenas o tamanho do Codex Giga que impressiona: o mistério sobre seu autor – até hoje desconhecido – gera polêmica, já que alguns defendem que tenha sido escrito pelo próprio Lúcifer, "encarnado em um monge". As informações são do Daily Mail. Feito no início do século XIII, supostamente no mosteiro beneditino em uma cidade da Boêmia (atual República Checa), e atualmente preservado na Biblioteca Nacional da Suécia, em Estocolmo, o manuscrito intriga historiadores. 
Segundo uma análise da escrita feita pelo paleógrafo Michael Gullick, apenas uma pessoa o escreveu: a letra é a mesma do começo ao fim – e a assinatura no final também. Além da caligrafia, a tinta - que era feita de insetos esmagados – é a mesma; de acordo com paleógrafo, era difícil que uma escriba usasse diferentes tipos de tinta.

O fato mais impressionante é que, ainda de acordo com o especialista, para conseguir o feito, seriam necessários cinco anos – ininterruptos - para criá-lo. Em uma reportagem do National Geographic, alguns estudiosos levantam uma polêmica, afirmando que "autor estaria possuído". "Claramente, o autor deste enorme manuscrito estava possuído por alguma coisa para criar tal obra-prima. Se era o poder da luz ou a escuridão, isso foi perdido pelo tempo", defendem. A lenda em torno da chamada “Bíblia do Diabo” conta que um monge da Idade Média teria sido condenado por desrespeitar seus votos monásticos. 
Para evitar a punição, o monge prometeu escrever, em uma única noite, um livro contendo todo o conhecimento humano. Mas, como a meia-noite se aproximava, o monge teria se desesperado e, então, suplicou ajuda a Lúcifer para terminar o livro em troca de sua alma. Assim, o Diabo concordou e assinou o trabalho, adicionando um autorretrato – uma imagem colorida, que ocupa a página inteira. 
Alguns pesquisadores acreditam que a lenda do monge punido vem por um mal-entendido na assinatura do livro onde se lê “Hermanus inclusus”. Essa única palavra "inclusus” foi traduzido para “um castigo terrível”, mas o verdadeiro significado da palavra está mais perto de “recluso”, o que significa que a assinatura poderia ter sido feito por um monge solitário que escolheu se excluir do mundo exterior e dedicar sua vida ao Codex Gigas.

Estamos disponibilizando o livro original completamente digitalizado para acesso, entre em: 

http://www.confrariaesoterica.com/gigas/gigas.html



A SERPENTE

A serpente, provavelmente o símbolo mais comum entre os alquimistas, tem sua origem nos primeiros tempos do cristianismo, já quando São Paulo advertia em suas epístolas aos coríntios em relação aos perigosos ensinamentos dos gnósticos, que adoravam a serpente do paraíso como causa do despertar no homem do desejo do conhecimento.
Esta serpente, chamada UROBORO, é a utilizada mais tarde como emblema da alquimia e como alegoria hermética do processo constante de transformação da natureza. Representavam-na mordendo-se a cauda e formando assim um círculo sem princípio nem fim que expressava a idéia de que existe descanso na natureza e que os metais mais perfeitos estão constantemente transformando-se para converter-se em metais bastos novamente, perpetuando-se assim o processo das transformações moleculares.
O mesmo símbolo era também utilizado para ensinar aos iniciados que o Bem e o Mal se unem no mundo através da matéria. A matéria é tão somente uma e os alquimistas afirmavam que “o uno é o todo”. A serpente representava a matéria-prima que finalmente devia restar ao final do processo e isso não apenas num sentido simbólico, pois muitos deles realmente esperavam ver aparecer uma serpente no globo de vidro utilizado como forno cósmico.
O corpo da serpente, meio escuro e meio claro, se transformou às vezes no dragão cujo corpo, feito de luz e de obscuridade, assumiu um significado especial, representando a etapa de putrefação que devia ser superada pelo alquimista.

“ Os sábios dizem que na selva há uma besta selvagem com uma pele de um negro muito intenso.Se alguém lhe cortar a cabeça, sua cor escura desaparecerá para dar lugar a uma brancura nívea”

Esta alegoria se refere à mudança de cor do mercúrio tratado quimicamente e se explica com uma única palavra: putrefação. No trabalho alquímico a primeira fase é a putrefação e o dragão que a representa tem que ser morto. “Sacrifica-o, aconselhava um tratado do século X, despedaça sua pele, separa a carne dos ossos e  encontrarás o que procuras”
O perfeito ouro dos filósofos não se pode produzir sem antes destruir e o místico iniciado acreditava que o homem podia passar pelos mesmos métodos, isto é, que não podia passar pelo estado de graça sem previamente destruir as paixões corporais. “ Quando tiveres sufocado a negra hidra de teu coração, então serás purificado e tua negrura se tornará cândida. Quando a cor negra da fera se desvanecer na fumaça, os sábios se alegrarão”.
A partir das quatro essências do mundo (fogo, água, terra e ar), além do espírito, a quinta essência, o homem pode remontar-se mediante as sete fases da perfeição, simbolizadas com sete degraus, sobre si mesmo, sobre a matéria e o espírito, conjugá-los  numa única coisa e conseguir domina-los. Este supremo acontecimento, o objetivo final do alquimista, se simbolizava de diferentes maneiras, como por exemplo com o andrógeno ou hermafrodita, um ser metade macho e metade fêmea, que tem em suas mãos o ovo filosofal que simbolizava, como a serpente, o universo.
A imagem do hermafrodita tinha por fim representara união das duas naturezas, o divino e o humano, o espírito e a matéria, o feminino e o masculino e , em geral, a conjunção de tudo o que simbolizava forças contrárias, como a dualidade sol-lua, luz-escuridão, enxofre-mercúrio, ouro-prata.
Destes símbolos, um dos mais comuns era a dualidade Sol-Lua que assinalava o elemento generativo, ativo, masculino e o elemento vegetativo, passivo, feminino, que deviam unir-se para formar a unidade perfeita. Os adeptos consideravam o Sol como masculino e sua irradiação como ativa. O calor e a secura eram tidos com atributos masculinos. A lua, por sua vez, era feminina, já que durante seu ciclo cósmico se limitava a refletir os raios que recebia do Sol, sendo, portanto, um mero receptáculo passivo. Seu crescimento era interpretado como fruto de sua gravidez.
A integração do todo no Uno era finalmente representada por uma união sexual do masculino e do feminino, um diagrama nupcial. A Alma é masculina, ativa e ardente e esta geralmente personificada pelo sol. O espírito, princípio feminino, é a Luz. A essência ígnea do macho estava simbolizada pela salamandra, que vive no fogo; a águia é a fugacidade feminina.
O varão é também o ouro, a essência ardente e árida. A alma  é o princípio gerador. Com ele está o leão do zodíaco, que rege o mês mais quente de todos. Ele é Júpiter e é Apolo; fogo e ar são seus elementos, posto que são secos e quentes. A ígnea fênix e seu símbolo e o leão são símbolos do ouro.
A mulher é prata, a essência úmida e fresca. È o espírito de fecundidade, a que concebe, dá à luz e nutre. Leva geralmente em sua mão o cacho de uva cujos grãos, no sentido de múltiplos frutos, configuram sua verdadeira imagem. São-lhe congênitas a evaporação, a chuva e as úmidas emanações da terra, já que seus elementos são a terra e a água. De seu seio flui a Via Láctea, a semente que penetra todas as coisas deste mundo corpóreo e o que os sábios denominaram também espírito ou alma do mundo.
A transformação compreende sete fases, que começa com a putrefação e termina com a ressurreição. Sete palavras ensinam o método para realizar a obra e cada uma delas se refere a um dos momentos do processo: VISITA-INTERIORA-TERRAE-RECTIFICANDO-INVENIES-OCCULTUM-LAPIEM.

Um irmão na ordem





A PALAVRA SECRETA

Ter sabedoria é sem dúvida o primeiro passo para seguir o caminho em direção ao Eterno, porém como adquiri-la? São Bento, em sua regra, nos dá o direcionamento quando escreve: “Obsculta, o fili, praecepta magistri, et inclina aurem cordis tui," Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido do teu coração. Percebemos que ele não Diz "OUÇA”, mas sim "ESCUTA".  A palavra Escutar, do latim (auscultare), quer dizer ouvir com atenção, sentir, perceber. Desta forma, é preciso abrir os "ouvidos do coração" para que o som entre na câmara secreta do seu ser.

AS PALAVRAS DA SABEDORIA

"Eu vou em primeiro lugar falar das palavras da sabedoria eterna. Quem quer que me ouça não fique envergonhado. Quem quiser ouvir a sabedoria eterna do Pai deve estar dentro e em casa; deve ter se tornado uno. Então ele pode ouvir a sabedoria eterna do Pai.
Existem três coisas que nos impedem de ouvir a palavra eterna: a primeira é a corporalidade, a segunda é a multiplicidade e a terceira é a temporariedade. Se o homem conseguisse transcender estas três coisas, ele moraria na eternidade. Ele moraria no mundo do espírito, ele moraria na unidade e no deserto, e ali ele ouviria a palavra eterna.
Agora, Nosso Senhor diz "não há quem ouça a minha palavra ou o meu ensinamento a menos que tenha abandonado a si mesmo, pois para ouvir palavra de Deus é preciso um absoluto perder do ego". Portanto, Nosso Senhor diz : "Quem quiser ser meu discípulo, que abandone seu próprio ego. Não existe quem possa ouvir as minhas palavras ou o meu ensinamento a menos que tenha abandonado o ego. Todas as coisas nada são em si mesmas, por isso, abandonem este nada e assumam o perfeito ser no qual a vontade é justa. Aquele que abandonou toda a sua vontade, saboreia o ensinamento e ouve as minhas palavras."
Há uma afirmação comum a todos sábios: "quando tudo estava em meio ao silêncio, desceu a mim uma palavra secreta, desde o trono real do alto."
A alma onde isto acontece deve ser mantida completamente pura e viver de maneira nobre completamente em posse de si mesma e voltada inteiramente para dentro.
Em primeiro lugar vamos tomar as palavras "em meio ao silêncio foi falada uma palavra secreta". Mas, meu caro Senhor, onde está o silêncio e onde está o lugar onde a palavra é falada ? Como acabei de dizer, está no lugar mais puro onde a alma é capaz de chegar, na parte mais nobre, no chão de fato, na essência mesma da alma, que é justamente a parte mais secreta da alma. Ali é que está o silencioso meio, pois nenhuma criatura, nenhuma imagem jamais entrou ali. Nem a própria alma teve desse lugar qualquer compreensão, portanto, ela não está consciente ali de nenhuma imagem, quer seja de si mesma ou de qualquer outra criatura.

Um irmão na Ordem